Um espetáculo inesperado revela os impactos do aquecimento global e os esforços para proteger uma espécie em perigo
. (Cortesia do New England Aquarium)
Nas águas frias ao largo de Massachusetts, um fenômeno fora do comum chama a atenção de cientistas e amantes da natureza: a presença inusitada de baleias-franca do Atlântico Norte alimentando-se na superfície.
. (Cortesia do New England Aquarium)
Katherine McKenna, cientista assistente de pesquisa no aquário, destacou o quão raro é observar essas gigantes marinhas optando pela superfície em busca de alimento, diferentemente dos anos anteriores, em que se alimentavam em camadas subaquáticas profundas, detectadas apenas pelos padrões de mergulho.
Este comportamento atípico pode ser atribuído às mudanças climáticas, particularmente no Golfo do Maine, um dos corpos d'água que mais rapidamente aquecem no planeta. As alterações climáticas afetam diretamente a disponibilidade e a distribuição da presa dessas baleias, tornando seus padrões migratórios e de alimentação imprevisíveis.
As baleias-franca, agora consideradas em perigo de extinção com apenas cerca de 360 indivíduos restantes, enfrentam uma série de ameaças, incluindo colisões com navios, emaranhamento em equipamentos de pesca, poluição sonora submarina e as já mencionadas mudanças em seu suprimento alimentar devido ao clima.
(Cortesia do New England Aquarium)
Em resposta a essas observações recentes, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) estendeu uma zona de baixa velocidade voluntária, solicitando que os marinheiros reduzam a velocidade para 10 nós para proteger as baleias. Essa medida, embora vital, enfrenta desafios, como a contínua ameaça que mesmo navios lentos representam para esses mamíferos marinhos. A história de "Caterpillar", uma fêmea adulta com uma longa cicatriz de uma colisão anterior com um navio, ilustra dolorosamente esses riscos.
O aumento da mortalidade das baleias-franca, incluindo casos de baleias mortas por ferimentos crônicos de emaranhamento e colisões com navios, sublinha a urgência de ações de conservação eficazes. As zonas de baixa velocidade e outras regulamentações impactam as indústrias marítimas e de pesca, gerando controvérsias e litígios.
No entanto, a preservação das baleias-franca do Atlântico Norte exige um equilíbrio cuidadoso entre as atividades humanas e a necessidade de proteger esses seres majestosos.
As recentes observações de grupos de baleias-franca em áreas inesperadas, especialmente durante o inverno, destacam a importância crítica das pesquisas aéreas e o monitoramento contínuo para entender melhor seus comportamentos e adaptar as estratégias de conservação.
A esperança reside na capacidade da comunidade científica e dos reguladores de responder rapidamente a essas mudanças, garantindo a sobrevivência de uma das espécies mais emblemáticas e vulneráveis do oceano.
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