Imagine um golfinho, mas não qualquer golfinho. Um gigante de mais de 3 metros de comprimento nadando pelas águas turvas da antiga Amazônia. Essa criatura incrível existiu de verdade, e cientistas acabam de descobrir seus fósseis na região amazônica do Peru.
Photo: Jaime Bran
Batizado de Pebanista yacuruna, em homenagem a um povo mítico da Amazônia, este golfinho de água doce é o maior já registrado. Viveu há cerca de 16 milhões de anos e, surpreendentemente, seus parentes mais próximos são os golfinhos de rio do Sul da Ásia!
Photograph: R Salas-Gismondi/J Bran
Mudanças no Ambiente e o Fim de uma Era Os pesquisadores acreditam que os ancestrais do Pebanista, originalmente golfinhos oceânicos, invadiram os rios da Amazônia em busca de comida. Naquele tempo, há milhões de anos, a região era bem diferente, coberta por lagos e pântanos. Esse ambiente único favoreceu a adaptação e o crescimento destes animais.
Infelizmente, quando o cenário amazônico começou a mudar, há cerca de 10 milhões de anos, a presa do Pebanista desapareceu, levando-o à extinção. A boa notícia é que outros golfinhos de rio, os ancestrais do nosso conhecido boto-cor-de-rosa, ocuparam seu lugar e ainda podem ser encontrados na Amazônia hoje em dia.
Um Quebra-Cabeça Evolutivo Para os cientistas, o fóssil do Pebanista é mais do que uma prova de sua tamanho extraordinário. Ele ajuda a entender como os golfinhos de rio evoluíram separadamente em lugares distantes do mundo. Tanto o Pebanista quanto os golfinhos do Sul da Ásia possuem cristas faciais ósseas, usadas na ecolocalização – um tipo de "sonar natural" que ajuda a caçar em águas barrentas.
Tesouros da Floresta Encontrar fósseis na Amazônia é um desafio! A floresta densa esconde os segredos do passado, e os paleontólogos precisam trabalhar contra o tempo, coletando material precioso antes que as chuvas cheguem e apaguem os rastros. A descoberta do Pebanista é resultado de anos de pesquisa e dedicação, um verdadeiro presente para quem ama a história natural dessa região tão rica.
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