O Estreito de Ormuz, uma das rotas marítimas mais estratégicas do mundo, volta ao centro das atenções. Após ofensivas dos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas, o parlamento do Irã aprovou uma proposta para fechar a passagem.
A medida, que ainda depende de aval do aiatolá Khamenei, pode interromper o trânsito de cerca de 20% do petróleo consumido globalmente, gerando impactos diretos no mercado energético e nas tensões geopolíticas mundiais.

🛢️ Por que o Estreito de Ormuz é tão importante?
Conecta o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã, permitindo acesso ao Mar da Arábia.
Por ele passam 18 a 20 milhões de barris de petróleo por dia, principalmente de países como:
Arábia Saudita
Irã
Kuwait
Emirados Árabes Unidos
Iraque
É também rota para o gás natural liquefeito (GNL) exportado pelo Catar.
🔍 Curiosidade: A largura do estreito em seu ponto mais estreito é de apenas 33 km, com canais de navegação de 3 km em cada direção.
⚠️ Por que o Irã quer fechar o Estreito de Ormuz?
A medida é uma resposta direta aos ataques dos EUA a instalações nucleares iranianas. Segundo a mídia local, o Parlamento aprovou o fechamento como forma de retaliação. O cenário inclui:
Aumento das tensões com Israel e EUA.
Pressão de líderes conservadores iranianos.
Apelo público de conselheiros do aiatolá por ataques diretos à Marinha americana.
🗣️ “Devemos lançar mísseis contra navios americanos e fechar Ormuz imediatamente”, disse Hossein Shariatmadari, conselheiro do líder supremo do Irã.
📈 Impactos imediatos no preço do petróleo
Com a escalada da crise, o mercado reagiu com alta significativa nos preços:
📊 Variação semanal (13 a 19 de junho):
Brent: de US$ 69,36 → US$ 78,74 (+13,5%)
WTI: de US$ 66,64 → US$ 73,88 (+10,9%)
💡 No primeiro dia de conflito, o salto no preço foi de 8%.
📉 Possíveis cenários segundo analistas:
Moderado: barril entre US$ 90 e US$ 100.
Crítico: valores podem chegar a US$ 120–130, segundo o JPMorgan.
🌐 Consequências para o mundo
O bloqueio do Estreito de Ormuz pode gerar efeitos em cadeia:
💥 Econômicos:
Alta no preço de combustíveis, frete e produtos básicos.
Pressão inflacionária em diversos países.
Comprometimento de cadeias de abastecimento globais.
💥 Geopolíticos:
Risco de confronto direto entre Irã e forças americanas no Golfo.
Reações diplomáticas da ONU, União Europeia e OPEP.
Posicionamento estratégico da 5ª Frota dos EUA, baseada no Bahrein.

🛤️ Existem alternativas ao Estreito de Ormuz?
Alguns países possuem rotas alternativas, mas com capacidade limitada:
Arábia Saudita: oleoduto para o Mar Vermelho com capacidade de 5 milhões de barris por dia.
Emirados Árabes Unidos: oleoduto até Fujairah, no Golfo de Omã, com 1,8 milhão de barris diários.
❗Mesmo somando essas rotas, ainda seria impossível compensar o volume que passa diariamente por Ormuz.
🔍 O que dizem os especialistas?
Segundo a Administração de Informação de Energia dos EUA, a capacidade ociosa dos oleodutos da região é de cerca de 2,6 milhões de barris por dia — bem abaixo da média que transita por Ormuz.
A maioria dos analistas acredita que o bloqueio total do estreito seria difícil de manter, mas qualquer interrupção parcial já impactaria fortemente os mercados.
🧭 Reações internacionais
As reações ao anúncio iraniano foram imediatas:
EUA: classificaram a medida como “ato hostil” e alertaram sobre resposta militar.
Europa: busca apaziguamento e manutenção das rotas comerciais.
ONU: pede diálogo e respeito à navegação internacional.
China e Rússia: apelam pela diplomacia e manutenção da estabilidade regional.
O Estreito de Ormuz é mais do que um ponto geográfico. É uma artéria vital do comércio global, cujo bloqueio pode afetar desde o abastecimento de combustível até o preço dos alimentos no supermercado.
O mundo assiste apreensivo aos próximos passos do Irã, especialmente ao posicionamento do líder supremo Aiatolá Khamenei. Qualquer decisão ali tomada terá reflexos imediatos na economia global e na segurança internacional.