Um olhar sobre a disputa entre Japão e Coreia do Sul acerca da representação histórica da Ilha Hashima.
Um ano se passou desde a inauguração do Centro de Informações do Patrimônio Industrial (IHIC)
em Tóquio, mas a controvérsia em torno da Ilha Hashima, em Nagasaki, continua a gerar atrito entre Japão e Coreia do Sul. O centro, que celebra a Revolução Industrial Meiji do Japão, enfrenta críticas
da Coreia do Sul, que alega que muitos coreanos foram forçados a trabalhar nas minas de carvão da ilha e morreram durante as décadas de 1930 e 1940.
O IHIC, sob a direção de Koko Kato, reuniu mais de 100.000 documentos históricos, incluindo relatos de ex-residentes da Ilha Hashima. No entanto, o centro se tornou um ponto focal para disputas históricas entre os dois países.
Hashima: Patrimônio da Humanidade ou Ilha do Inferno?
Seis anos após a Ilha Hashima ser reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO,
em 2015, o IHIC continua a ser alvo de críticas do governo sul-coreano.
A ministra das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Kang Kyung-wha, enviou uma carta à UNESCO solicitando a reconsideração do status da ilha como patrimônio, alegando que as explicações do IHIC sobre a história dos coreanos na ilha eram insuficientes.
Em resposta, o IHIC incluiu trabalhos do acadêmico nipo-coreano Park Kyung-sik, que defende a teoria da “mobilização forçada” na ilha. No entanto, os relatos e documentos dos ex-residentes da ilha apresentam uma perspectiva diferente, desafiando a narrativa sul-coreana.
A Busca pela Verdade Histórica
Koko Kato, pesquisadora líder em patrimônio industrial mundial, defende a importância de
divulgar materiais primários e permitir que os indivíduos tirem suas próprias conclusões sobre os fatos. O centro possui mais de 100.000 itens relacionados à Ilha Hashima, incluindo documentos em coreano, que, segundo Kato, “lançam luz sobre a escuridão da história”.
A NHK, emissora pública japonesa, também se envolveu na polêmica após a descoberta de que um documentário de 1955 sobre a ilha continha imagens de minas de carvão de outro local.
Ex-residentes da ilha contestaram a veracidade do documentário, que retratava condições de trabalho perigosas e trabalhadores em trajes mínimos, reforçando a imagem de “Ilha do Inferno”.
A busca pela verdade histórica sobre a Ilha Hashima continua, com o IHIC desempenhando um papel crucial na divulgação de informações e documentos históricos.
A polêmica em torno da ilha destaca a importância de abordar o passado com sensibilidade e respeito, buscando um entendimento mais completo e preciso da história.
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