Se você é daqueles que não começa o dia sem uma xícara de café, saiba que essa paixão é celebrada mais de uma vez ao ano. E com razão: o café não é apenas uma bebida, mas um símbolo cultural, econômico e afetivo para milhões de pessoas no Brasil e no mundo. O que talvez você não saiba é que existem três datas oficiais para homenageá-lo — e todas têm significados distintos.
Primeiro, o Dia Mundial do Café, celebrado em 14 de abril, ganhou força entre os amantes da bebida muito antes de ser reconhecido por órgãos oficiais. Apesar de não ser a data oficial da Organização Internacional do Café (OIC), continua popular, principalmente no Brasil, por coincidir com o início da colheita em várias regiões do hemisfério sul.
O mês de abril, portanto, tornou-se simbólico para valorizar a cadeia produtiva do café e seu impacto cultural.
Depois, temos o Dia Nacional do Café e do Barista, comemorado em 24 de maio. Instituída em 2005 pela Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), essa data celebra o início da colheita nas principais regiões cafeeiras do país, como o Sul de Minas e o Cerrado Mineiro.
Além disso, reconhece o trabalho dos baristas, profissionais que transformam grãos em experiências sensoriais únicas. O Brasil, afinal, é o maior produtor e exportador de café do mundo — e um dos maiores consumidores também.
Por fim, o Dia Internacional do Café, oficializado pela OIC em 1º de outubro, busca unificar as comemorações globais. A data também promove reflexões sobre comércio justo, sustentabilidade e valorização dos pequenos produtores.
Em diversos países, marcas, cafeterias e organizações aproveitam a ocasião para promover eventos, lançamentos e ações educativas.
Em resumo, são três datas diferentes, mas igualmente importantes. Unificá-las? Talvez não seja necessário. Para quem ama café, toda oportunidade de celebrar é válida — seja com um espresso encorpado ou um café gelado em boa companhia.
Contudo, nem tudo no mundo do café é motivo de comemoração.
Recentemente, o Ministério da Agricultura classificou alguns produtos como impróprios para o consumo. Esses “cafés fakes” se disfarçam com embalagens semelhantes às das marcas tradicionais, mas escondem uma composição alarmante.
Segundo o órgão, os produtos analisados não continham grãos de café, mas sim uma mistura de impurezas, matérias estranhas e até micotoxinas em níveis acima do permitido por lei.
Enquanto a legislação permite até 1% de impurezas — como folhas, galhos e cascas —, ela proíbe completamente a presença de elementos como grãos de outras espécies, corantes e borra de café reutilizada. Ou seja, muitos desses produtos sequer poderiam ser chamados de “café”.
A armadilha está no rótulo: expressões como “pó para preparo de bebida sabor café” aparecem em letras pequenas, enquanto imagens de xícaras fumegantes e grãos torrados tentam enganar o consumidor.
Um exemplo foi a marca Melissa, cuja embalagem imita as cores e o nome da famosa Melitta. Além dela, outras marcas como Oficial e Pingo Preto também estão sob investigação.
Caso você tenha adquirido um desses produtos, a orientação é clara: interrompa o consumo imediatamente. É possível solicitar a substituição com base no Código de Defesa do Consumidor.
Além disso, denúncias sobre a venda desses produtos podem ser feitas pelo canal oficial Fala.BR.
Fique atento à embalagem, à descrição e, principalmente, ao preço. Desconfie de valores muito abaixo da média de mercado. Afinal, quando o assunto é café, qualidade e transparência devem vir em primeiro lugar.