Uma das ilhas mais bonitas do mundo está impedindo alguns turistas de montar em mulas e burros.
Introduzido em 2018 na ilha grega de Santorini, após várias petições lançadas por pessoas preocupadas com o bem-estar dos animais, o regulamento permite que apenas aqueles que pesam menos de 100 kg ou um quinto do peso corporal do burro possam montar nos animais.
Embora na maioria das cidades e locais de férias uma restrição semelhante não pareça particularmente significativa, ela marca uma grande mudança para o bem-estar dos burros e mulas em Santorini, pois são amplamente utilizados como meio de transporte pelos turistas.
Na verdade, quem chega à ilha de cruzeiro só tem a opção de subir do porto de Santorini até a capital Fira, localizada no topo de um penhasco a 400 metros acima do mar, seja a pé, de teleférico ou de mulas.
Dado o calor abrasador que se vive em Santorini durante os meses de verão e o baixo número de cabines de teleférico disponíveis face ao elevado número de chegadas, muitos recorrem ao aluguer de mulas para subir as centenas de degraus que os separam dos seus destinos.
Anastasios Nikolaos Zorzos, que era prefeito de Santorini na época em que essa proibição foi emitida pelo Ministério grego de Desenvolvimento Rural e Alimentação, reconheceu a contribuição histórica que os burros deram à economia da ilha.
Ele disse ao Guardian em 2018: “Existem cerca de 300 burros no porto, mas também em outros lugares, eles sempre desempenharam um papel no desenvolvimento econômico e social de nossa ilha. Santorini foi praticamente construído com burros.”
A proibição, que o departamento governamental grego disse ter circulado após “múltiplas reclamações e publicações sobre as condições de vida e bem-estar dos animais domésticos”, colocou no centro das atenções internacionais as condições de alguns dos animais usados para transportar pessoas durante o feriado. ponto de acesso.
Em resultado do regulamento de 2018, os proprietários de burros utilizados para fins turísticos devem também zelar pelo bem-estar dos animais, garantindo que estes se exercitem uma vez por dia durante pelo menos meia hora e tenham um abastecimento contínuo de água potável.
Mas para alguns, a proibição não foi longe o suficiente.
Várias organizações de direitos dos animais acreditam que burros e mulas não devem ser transformados em meio de transporte para turistas e compartilharam fotos perturbadoras mostrando ferimentos nos animais que eles afirmam serem resultado desse trabalho forçado.
Ao longo dos anos, um número crescente de turistas também se tornou cada vez mais consciente sobre o impacto negativo que andar de mulas e burros em centenas de degraus pode ter.
Levando ao Tripadvisor, a turista canadense Melissa disse em maio que estava “chocada” ao saber que Santorini continua a oferecer o serviço de táxi burro “às custas desses belos e inocentes animais”.
A mulher afirmou ter visto alguns dos burros “com feridas abertas das selas” e gaiolas na boca.
Outro visitante recente de Santorini, James, argumentou que os turistas também são culpados por continuarem pagando por esse serviço.
Ele acrescentou: “O governo e o conselho de turismo precisam fazer algo, mas também as linhas de cruzeiro e os passageiros, pois são a maior contribuição para isso. Isso mancha qualquer visita a Santorini via cruzeiro, infelizmente.”
Os navios de cruzeiro parecem estar cientes da preocupação que muitos sentem quando se trata do bem-estar dos burros de Santorini, já que em 2019 muitos se inscreveram na campanha In Their Hooves lançada pelo The Donkey Sanctuary e pediram a seus passageiros que usassem os serviços prestados pelo burro com responsabilidade comprometendo-se também a realizar uma campanha de sensibilização.
Santorini é um dos destinos mais amados pelos turistas na Grécia e, no ano passado, superou os níveis de chegada pré-pandemia, de acordo com a South Aegean Tourism Initiative.
A Grécia em geral parece ser adorada por muitos turistas britânicos, com um total de 4,5 milhões de portadores de passaportes do Reino Unido registrados nos pontos de entrada gregos ao longo de 2022 – quase três milhões a mais que no ano anterior.
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